segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará

“Todos os homens nascem livres e iguais em direitos, trata-se do primeiro artigo da declaração universal dos direitos humanos e é a noção de liberdade que se quer ver debatida. Será um povo livre para fazer o que quiser? Um país soberano pode fazer o que quiser? Enquanto indivíduo serei livre para fazer o que quero? Se somos seres dotados de liberdade, o que é um facto anterior à afirmação dos direitos, logo temos a capacidade de fazer escolhas e temos também a capacidade de realizar acções correspondentes às nossas escolhas, ou seja, sendo verdadeira esta premissa assume-se que podemos fazer o que queremos. 



quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Corpo místico e Colectivismo

Não deixa de ser paradoxal o engrandecimento do indivíduo no campo religioso tendo origem num tempo em que o colectivismo arrasa completamente o indivíduo a todos os níveis. A ideia subjacente é que a religião democratizada pertence apenas ao âmbito da nossa vida privada e que se trata apenas de um campo pessoal e não colectivo. Alguma razão existe nesse princípio. Falando na religião que mais fez pelo ser humano enquanto indivíduo, o cristianismo, é óbvia a ideia de que o relacionamento com o divino pertence à esfera pessoal e só admite a intermediação do mediador nomeado por quem teve a iniciativa do Pacto e que se deu voluntariamente para tal.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

 Quando as igrejas se tornam num negócio

1) Os Pastores funcionam como CEOs.

2) Os membros tornam-se em consumidores.

3) As outras igrejas tornam-se na concorrência.

4) O evangelismo é reduzido ao Marketing.

5) A plantação de igrejas é mais um tipo de franchising.

6) Os números são a primeira bitola de sucesso.

7) A oração e a Palavra são substituídas por fórmulas.

8) O reavivamento é reduzido a um programa de alguns dias de levantamento de fundos.

9) A pregação soa mais a um discurso motivacional. Todos devem clamar "amen, eu recebo!" durante o concerto, quer dizer, "culto"...

10) Adoração e louvor são transformados em actuação. Os melhores actores dirigem o louvor.

11) O Espírito de Deus é reduzido a um "emocionalismo". Não há um real poder de Deus, mas tão somente um sensacionalismo hipnótico.

12) Os santos são entretidos em vez de serem equipados. 

13) Os discípulos de Cristo são tornados em meninos, meninas e fãs de Deus.

14) A Igreja, um corpo vivo, torna-se um corpo sem vida.

15) Um império de um líder é construído ao invés do
avanço do reino de Deus.

16) O pastor torna-se num super-homem e Jesus Cristo é reduzido a mais uma figura moral e religiosa.

Algum destes pontos nos é familiar nesta geração? Se alguém estiver sob este padrão de "cristianismo" é porque já frequenta uma seita e não a Igreja de Jesus Cristo. Saia enquanto é tempo!!!

Todo o acima exposto é exactamente o que fez Jesus perguntar:

"Quando o Filho do Homem vier achará ainda fé na Terra?"

(Lucas 18)

domingo, 11 de setembro de 2022

Pastores à beira do abismo - Autópsia a uma morte anunciada

Eles estão mortos, embora ainda andem. Eles estão mortos emocionalmente. A sua visão e paixão estão mortas. A sua vida espiritual está a perder todos os sinais vitais. Eles estão completamente esgotados pelas pressões sufocantes da vida e do ministério. Muitos já morreram em relação à sua vocação e chamada. Outros estão a caminho e bem próximo desta triste realidade.

Autópsias não é um tema agradável para escrever e ler. Mas eu seria negligente se eu não compartilhasse contigo sobre o número de pastores que estão mortos no ministério. Tu precisas entender esta realidade. Tu precisas orar por eles. Tu precisas caminhar ao lado deles. Como estes pastores morreram? As suas autópsias descobriram oito padrões comuns. Alguns pastores manifestam quatro ou cinco deles. Muitos manifestam todos eles.



1. Eles disseram "sim" à maioria dos membros. Para evitar conflitos e críticas, esses pastores tentaram agradar a maioria dos membros da igreja. O caminho desses pastores não era sustentável. O seu caminho era insalubre, levando à morte.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

"Deus está morto" (Nietzsche); "Nietzsche está morto" (Deus)

 Nietzsche e a morte de Deus. O que ele faz é mostrar para o homem moderno que Deus está morto e que nós todos somos os assassinos. Traz a luz sobre uma realidade incontornável do próprio movimento do esclarecimento, a saber, o Homem moderno é quem colocou o mundo e a História sob o signo da razão esclarecida, que abomina qualquer tipo de subjugação, de vassalagem, que é a razão absoluta da autodeterminação. Ora, manter Deus seria manter essa tal atitude de subordinação. Não admira, portanto, que Nietzsche erija a ciência moderna, ateísta por vocação, como uma espécie de emancipação humana anteriormente submissa ao divino e transcendente.

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Desafios contemporâneos

 A verdade é que o cristianismo está em declínio na nossa cultura, uma cultura regressada ao culto pagão. Uma espécie de racionalismo ateísta oriundo das Luzes cuja sua ontologia nos leva a um evolucionismo diferente da hipótese emanacionista do tipo plotiniano ou bramânico, ou da criação ex-nihilo das religiões reveladas nas quais o Criador e a criação possuem essências radicalmente distintas e separadas. De acordo com esta ideia, a matéria evolui continuamente por si só e sem qualquer intervenção externa; isto ao ponto de se tornar mais complexa ao ponto de gerar a aparência espontânea da consciência e da mente. Nesta visão evolutiva de uma existência sem uma verdadeira causa espiritual primária – sem arkhè  – a vida, a consciência e o espírito são apenas etapas sucessivas da mesma matéria autocriada e auto-organizada. Assiste-se a uma espécie de monismo invertido onde a matéria precede o espírito sendo que este último seria um estágio “evoluído” da matéria a qual está subjacente ao pensamento político, social e intelectual do Ocidente contemporâneo.


A decadência do cristianismo no Ocidente é um facto apesar do aparecimento contínuo e sistemático das chamadas Mega Igrejas
, ou igrejas da chamada “prosperidade”. Este fenómeno não nos aparece apenas como um fenómeno de reconfiguração devido à falta de compreensão da verdadeira natureza e missão da Igreja, mas também como um sintoma do afastamento geral dos povos ocidentais da herança cristã e o abraçar da cultura materialista dominante. Embora seja evidente que no chamado Ocidente o protestantismo evangélico esteja em declínio acentuado, o modelo moderno de ver a Igreja também tem os seus dias contados porque, no fundo, nele reside uma mentalidade industrial da qual a nossa cultura agora se afasta, fruto de um pensamento evolutivo.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Conservadorismo?

Somos frequentemente colocados diante de escolhas sociais, teológicas, morais e, inevitavelmente, põe-se a questão clássica da opção entre o que "sempre foi" e o "que é novo", ou melhor compreendido, entre o tradicional e o progressista.

Existe a ideia que o novo é bom. Este é o núcleo do pensamento progressista cuja evolução da Humanidade assenta primordialmente, senão exclusivamente, na marcha inexorável da História rumo a um mundo novo e melhor. Através de uma revolução, armada ou não, mas sempre com o factor violência subjacente. Violento porque existe sempre uma violência na imposição do "novo", do "progressista" que subentende sempre o abandono do "velho", do "tradicional". É assim na sociedade e tem sido assim na teologia e práticas eclesiásticas: o "moderno" como norma ontológica da Verdade. O que é novo é bom, seja lá o que for.

Gostaria de citar um filósofo leigo de nome Roger Scruton que no bem conhecido seu livro "Como ser um Conservador", no capítulo sobre o conservadorismo ele escreve: "O processo pelo qual os seres  humanos adquirem a própria liberdade também constrói vínculos afetivos, e as  instituições da lei, do ensino e da política são parte disso — não coisas que  escolhemos livremente a partir de uma posição de distanciamento, mas coisas  pelas quais conquistámos nossa liberdade e sem as quais não poderíamos existir  como agentes plenamente auto-conscientes.", ou seja, o processo através do qual os humanos conseguem erigir seus princípios de vivência e assim habitar em sociedade não parte de pensamentos a priori, mas do resultado de experiências vividas anteriormente e testadas ao longo do tempo.

E continuo com C. S. Lewis, mas como poderá um sistema imutável sobreviver ao contínuo crescer de conhecimento? Como poderá o antigo sobreviver ao moderno? Em certos casos podemos aceitar plenamente esta não-polémica: no erudito que estuda Platão e que, num momento, descortina a beleza literária, a metafísica e o seu lugar na História, e a posição bem diferente do aluno que ainda estuda o alfabeto grego. Através desse imutável sistema que é o alfabeto todo esta vasta e emotiva actividade tem lugar. Se este sistema fosse mudado seria o caos. Ou um estadista considerando a moralidade de medidas políticas que visam o bem comum e que poderão afectar milhões de cidadãos que se encontra numa posição bem diferente de uma criança que aprende desde cedo que roubar é feio. Mas é apenas enquanto o estadista considera a validade de princípios morais imutáveis, como a criança, que as medidas por si tomadas podem ser consideradas morais.

Porque a mudança não poderia ser considerada progresso se o seu núcleo não permanecer imutável. Uma pequena macieira transforma-se numa grande macieira. Se se transformasse numa pereira não seria crescimento, ou progresso, mas uma mera mudança. Porque existe uma diferença entre contar peças de fruta e chegar a resultados matemáticos complexos mas a tabuada e as regras de aritmética usadas em ambas as acções permanece a mesma, inalterável.

As regras da possibilidade de progresso exigem a existência de um elemento imutável. Novos odres para o novo vinho, mas não novos paladares, novos estômagos ou novas gargantas. De outra maneira não mais seria vinho para nós.







E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará

“Todos os homens nascem livres e iguais em direitos ” , trata-se do primeiro artigo da declara çã o universal dos direitos humanos e é a no...