A teoria de uma conspiração
universal destinada a estabelecer uma nova ordem mundial não é propriamente uma
novidade. Essa tendência, de uma maneira ou de outra, já teve eco em quase
todas as eras. Desde os primórdios da humanidade que o Homem sonha a conquista,
a dominação, o estabelecer a sua própria ordem e regras. Os impérios, as
colonizações são meras sombras de uma vontade inata de subjugar o Homem pelo
Homem, de fazer prevalecer, a maior parte das vezes pela força, os usos e
costumes do mais forte retirando daí dividendos materiais, sociais e morais.
O que distingue a sede de
conquista do antes e do agora é a sua universalidade e meios disponíveis.
Universalidade porque o planeta está encurtado devido à proximidade facultada sobretudo
e principalmente pelos meios de comunicação. Quando a figura do Cristiano
Ronaldo se torna mais familiar que a do nosso vizinho do lado então é porque
alguma coisa de inédito se está a passar. São estes mesmos meios
disponibilizados por uma “sociedade onde
o poder é inseparável da riqueza e a riqueza é inseparável da velocidade. Não
poder democrático, mas poder domocrático – do grego dromos, corrida – e toda a
sociedade é uma sociedade de corrida” (Paul Virilio) que está fazendo desta
sociedade uma sociedade cosmopolita global. Mesmo a democracia deve a sua
expansão à influência do progresso das comunicações a nível global.