Ninguém pode, em toda a honestidade, negar a realidade de uma crise na Igreja da Europa. O fechar os olhos à crise eclesiástica não é uma prova de amor, pois o verdadeiro amor não aceita cega e passivamente os defeitos do ser amado. Qualquer observador atento concorda que existe uma verdadeira perturbação na Igreja europeia. Como se manifesta esta crise?
1. A descristianização da Europa. “Deus está morto”, escreveu Nietzsche e é este o refrão que ecoa na existência de uma sociedade anestesiada pelo conforto, abundância e luxúria. O Paraíso tem-se tornado um subúrbio da grande cidade Terra e a existência terrestre tem sido a única realidade presente. A maior tarefa que o europeu emprega neste século XXI é de tornar esta existência o mais prazenteira possível. Todo o pensamento humano se tem tornado existencialista, todos os seus esforços se têm concentrado no melhoramento das condições da vida presente.
Teologia e Apologética Cristã em Portugal. Reflexões bíblicas e sociais à luz das Escrituras.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Cristianismo contemporâneo
Grande parte dos argumentos apresentados pelos proponentes
de mudanças drásticas na liturgia, música e estilo na Igreja de Cristo provêm
da teoria das zonas cinzentas. Segundo eles, as zonas cinzentas, áreas de
incerteza prática e/ou teológica são um justificativo para operar medidas de
transformação no que etiquetam de velho, rotineiro ou desmodado. Consciente ou
inconscientemente – esta última devido a deficiências no ensino bíblico – os actores
da igreja contemporânea elegem esta última como um palco por excelência para as
suas actividades modernas em busca de granjear mais e mais indivíduos para os
bancos da Igreja. O que não têm noção é que o cinzento é apenas a mistura do
branco e do preto que povoa o texto bíblico desde o Génesis até ao Apocalipse e
que Deus explana todo o seu ensino em termos dualísticos, ou seja, em branco e
preto: bênção/maldição, amor/ódio, vida/morte, pecado/santidade, Deus/diabo,
bem/mal.
Sob pretexto de “querer” salvar ou contribuir para a
salvação de almas, o crente contemporâneo faz uso de toda a panóplia de
técnicas e recursos existentes que bastantes provas têm dado no mundo das
vendas e do marketing. O refrão é: “não
devemos chocar os descrentes”, “devemos
dar-lhes o que eles querem”, “devemos
fazer com que a Igreja seja um local prazenteiro para eles”. Bastante
pragmáticos, eles acarinham a máxima de que “os fins justificam os meios”.
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E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará
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