segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

"Ai dos que chamam bem ao mal e mal ao bem!" - Isaías

"Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo!" (Isaías 5.20). Nunca um profeta foi tão certeiro e contemporâneo nas suas afirmações. Talvez Jeremias se iguale a ele.

Talvez não consigamos discernir o modo de pensar no nosso século ou ainda nem liguemos às grandes correntes filosóficas que atravessam as eras supondo que o estudo dessa disciplina está guardada para os entendidos ou estudiosos do género. Talvez nem aceitemos que as gerações estão subjugadas a uma maneira de perceber o mundo que é constantemente sintetizada por essas mesmas correntes.

Uma delas, o Existencialismo, está bem patente na forma de concebermos o que nos rodeia, assim como na maneira de reconfigurarmos os valores morais e éticos através dos quais as nossas mentes são moldadas, as ideias são transformadas. Este Existencialismo, na sua base, afirma que a existência precede a essência. Mais se poderia especular sobre este movimento que tem as suas raízes em Kant, mas na sua substância ele realça o facto de que, muito sumariamente, a experimentação do mundo fenomenológico (das aparências ou o mundo como o experimentamos pelos sentidos) é feita através das lentes das nossas categorias de pensamento a priori, enquanto o conhecimento do mundo numenal (ou metafísico) é sempre suspeito. Resumindo, este autêntico separador de águas que é o pensamento Kantiano desembocou na célebre máxima: "O que é verdade para ti não o é para mim", sendo que a verdade toma a forma das nossas categorias de pensamento, ou seja, como a água que toma a forma do vasilhame onde é entornada. Assim, temos tantas verdades como cabeças pensantes.

A jovem da figura está bastante magra. É óbvio. Mas a categoria de pensamento dela (o espelho) mostra exactamente o contrário. E quem a vai convencer do contrário? Ela vê-se assim e se a minha verdade, ou maneira de ver, é tão válida como a dela, pois ela tem a sua categoria de própria de pensamento, que direito tenho eu de a convencer que ela está errada? E quem me assegura que sou eu que eu estou certo? Sem um padrão exterior a qualquer um de nós certamente que não vai ser possível e, consequentemente, podemos andar sinceramente no erro e estabelecer apenas uma regra: Não há regras! Chamar mal ao bem e bem ao mal perde todo o seu sentido dado que mal e bem perdem também o seu sentido.

Esta anarquia, a que muitos chamam de liberdade de pensamento, só faz sentido naquilo que Sarte afirmou: O Homem está condenado a ser livre!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010


Haverá ainda alguma dúvida? Será que estamos em fase de evolução, ou, ao contrário, de regressão? Deuses haverá sempre... por mais ateístas que sejamos...

Claro que a internet é e sempre será um bom instrumento na medida em que seja utilizado nas devidas proporções e seguindo objectivos lícitos. Não devemos, sob pretextos ultra-espirituais, diabolizar o que quer que seja que nos seja colocado à disposição para trabalhar, proclamar, agilizar as nossas acções em prol dos nossos objectivos. A questão é que quando o Homem inventa algo ele inventa logo o seu desastre. Ao inventar os aviões, ele inventa os desastres dos aviões; ao inventar os automóveis, ele inventa os desastres na estrada. E assim por diante. Ao inventar a internet, ele inventou, igualmente, todos os malefícios daí decorrentes. E aqui apenas falamos da internet.

Podemos não querer acreditar no Deus da Bìblia, mas criaremos sempre deuses para podermos adorar. Não há volta a dar. E falta deles, em última instância, adorar-nos-emos a nós próprios, quanto mais não seja o produto do nosso engenho que não é mais nem menos uma projecção de nós próprios. Se antes o Homem temia o olhar de Deus sobre a sua pessoa, agora teme o olhar do novo deus que ele se inventou para si mesmo.

Santificação III

3. Crítica SANTIFICAÇÃO PROGRESSIVA (obras salpicadas pela graça) Normalmente acontece que os crentes recentemente convertidos são levados a...